Trezentas mil horas de serviços em manutenção de aeronaves, mais de 145 mil tarefas efetivadas, quase 200 checks realizados. Esses são apenas alguns dos números superlativos que marcam os dois anos de operação do Hangar da Azul em Campinas (SP). Com sede estratégica ao lado do aeroporto de Viracopos, principal centro de operação da companhia aérea no país, o complexo de manutenção impressiona com seus 35 mil m² – espaço que comporta, simultaneamente, até oito aeronaves A320neo ou duas A330, a maior da frota Azul.
O hangar, um dos maiores e mais modernos da América Latina, tem hoje cerca de 360 tripulantes que atuam em três linhas de manutenção ativas: duas responsáveis pelos checks completos nas aeronaves A320, A321 e A330 (NEO/CEO), e outra dedicada à instalação de wi-fi e Tv a bordo nas aeronaves, serviços que antes eram realizados fora do Brasil.
As linhas de manutenção, por sua vez, atuam em duas frentes: a manutenção pesada que acontece dentro de um período de tempo calendário, horas voadas e pousos, e as paradas especiais.
A primeira acontece quando uma aeronave precisa passar por um heavy check, ou seja, uma manutenção técnica de maior complexidade por conta do tempo voado do avião, pela quantidade de pousos realizados ou até mesmo pelas horas de voo já cumpridas.
Já a linha dedicada por cuidar da frota nas chamadas paradas especiais realiza tarefas não programadas quando, por exemplo, há a necessidade de uma troca no motor de um avião ou de execução de recuperação estrutural da aeronave. O Hangar de Campinas está apto a realizar paradas especiais de todos os aviões da frota, mas as manutenções pesadas contemplam apenas os modelos A320 e A330.
Nestes dois anos, foram realizados 227 minor checks e 50 heavy checks, e 32 instalações de Wi-Fi e TV ao vivo dentro das instalações do centro de manutenção, somando mais de 300 mil horas de serviços. Com a capacitação técnica das equipes, o tempo de parada dessas manutenções também foi reduzido, gerando reflexos positivos no planejamento e aproveitamento das aeronaves – o tempo de parada para a instalação de Wi-Fi, por exemplo, caiu de 15 para apenas 8 dias, promovendo 42 dias de disponibilidade de aeronave na malha.
Com a internalização dos serviços e otimização dos processos, o hangar gerou uma economia de cerca de R$ 200 milhões apenas nos dois primeiros anos de operação.
O complexo atualmente ampliou a capacidade de atendimento. “Uma das novidades é que nos capacitamos para a remoção e instalação dos trens de pouso principal e de nariz do A330 e estamos certificados pela Anac para a realização do heavy check das frotas CEO e NEO do A330”, conta Flavio Costa, vice-presidente Técnico da Azul. “Para a realização dessa primeira tarefa, as aeronaves da Azul precisavam se deslocar até a França, gerando um custo muito alto para a companhia. A partir de agora, esse serviço passa a ser realizado dentro de casa pelos nossos AzulTecs”, complementa.
Além das linhas de manutenção, o hangar também conta com sete oficinas já atuantes para reparos estruturais, de interiores, pintura, ensaios não destrutivos, de rodas e freios, bateria e motores. Outras estão em desenvolvimento – de oxigênio, equipamentos de emergência, usinagem e tratamento térmico, trem de pouso e aviônicos – e devem passar a funcionar ainda nos próximos meses.
Hangar da Azul em números
- 35.000 m² de área
- 335 Tripulantes –
- 7 oficinas
- 4 aeronaves modificada para Cargo Classe F
- 32 instalações de Wi-Fi / STV a bordo (23 Airbus e 9 E2)
- 50 heavy checks
- 227 minor checks
- 329 mil horas de serviço
- Economia de R$200 milhões nos primeiros dois anos de operação