Em ofício encaminhado ao Ministério Público Federal (MPF), a Infraero, administradora do Aeroporto de Fortaleza, afirma que o consórcio CPM Novo Fortaleza, responsável pelas obras de ampliação do equipamento, apresenta "despreparo para obras públicas de grande porte". O documento foi recebido anteontem pela Procuradoria da República no Ceará (PRCE), ante solicitação do próprio órgão.
Segundo a Infraero, o Consórcio CPM Novo Fortaleza não aplica a experiência técnica comprovada na licitação, "além de apresentar constantes proposições de alterações contratuais inviáveis do ponto de vista legal". Entre os problemas relatados, está a falta de detalhamento no projeto executivo fornecido pela empresa. Também consta que o Consórcio foi contratado para trabalho em dois turnos, "mas não manteve regularidade".
São apontadas, ainda, "diversa" falhas na logística de suprimento. Segundo o documento, "as atividades eram programadas sem a disponibilidade de materiais suficientes para a execução do serviço e, por outro lado, estocava-se insumos cujos serviços não estavam na periodicidade de execução, caracterizando descompasso com o planejamento da obra".
O relatório também apresenta a evolução do Indicador de Desempenho de Agendamento (IDA), que aponta a execução física da obra com relação ao planejado. Numa escala em que 1 representa conformidade entre planos e execução, a obra estava em 0,28 no último mês de dezembro. Em 19 meses, apenas em junho de 2012, mês que foi dada a ordem de serviço, a obra alcança índice 1.
A Infraero informa no ofício que foram liberados R$ 52,59 milhões para o CPM Novo Fortaleza até 31 de dezembro de 2013, de um total de R$ 383 milhões previstos para a obra segundo o Portal da Transparência. A obra, até esta data, tinha 25,9% executados segundo nota enviada pela Infraero. O CPM Novo Fortaleza é formado pelas empresas Consbem, Paulo Octávio e MPE…