Após vetos da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) para aeronaves de maior porte no Aeroporto da Pampulha, a Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero), que administra o terminal, se movimenta para obter o sinal verde do órgão regulador e concretizar a volta dos voos comerciais com mais de 100 assentos para o local.
A estatal quer espantar o ar fantasma que tomou conta do aeroporto desde a saída da Azul, em abril deste ano, e espera atrair 1,5 milhão de passageiros já em 2017.
Para 2018, a estimativa é chegar a 2,2 milhões, número equivalente à capacidade atual da Pampulha. Os dados constam em e-mail enviado pela Gerência Comercial do aeroporto, em que prospecta novos negócios e fala em oportunidades para empresas no terminal.
O documento, obtido pelo jornalista Celso Martins, do blog Tudo de Viagem, cita o "processo de retomada de voos com aeronaves mais exigente" (jatos Boeing, Airbus e Embraer), utilizados pelas companhias Latam, Gol, Avianca e Azul. A autenticidade do e-mail foi confirmada por telefone pelo gerente de Negócios Comerciais, José Lúcio Rocha.
Para atender bem à futura clientela e movimentar o aeroporto, hoje quase às moscas, obras de melhoria na infraestrutura estão em curso.
Investimentos
Serviços como reforma dos sanitários, instalação das novas sinalizações do sistema de pistas e luzes de cabeceira e renovação de balcões de check-in devem ser concluídos até o final deste ano. Também está programada a instalação de uma lanchonete popular.
Em nota, a Infraero informou que a pista de pouso e decolagem e pátios do aeroporto estão aptos para atender a demanda de aeronaves até Código C (Embraer 190, Airbus 318, Boeing 737-700).
No entanto, a autorização para o tipo de aeronave que opera em um aeroporto é fornecida pela Anac, e, até o momento, não há autorização por parte do órgão para qualquer operação com esses equipamentos ou para a oferta de novos voos regulares.
A estatal disse ainda que já solicitou a certificação operacional do Aeroporto da Pampulha e aguarda resultado do relatório de vistoria feita pela Anac no final de setembro. Com esse documento, a Infraero será informada sobre a necessidade de possíveis ajustes na infraestrutura já disponível.
Rombo
A situação do Aeroporto da Pampulha se agravou em 2007, quando foi fechado para jatos e aviões de grande porte. A mudança fez parte do processo de transferência das operações iniciado em 2005, a partir de um acordo entre Anac, governo de Minas e Prefeitura de Belo Horizonte.
De lá pra cá, o terminal dedicou-se à aviação regional. Mas em abril deste ano, a Azul, que utilizava aeronaves com 70 lugares, encerrou as atividades no local. Lojas e até a cafeteria fecharam as portas. No acumulado de janeiro a setembro deste ano, o prejuízo da Pampulha beira os R$ 18 milhões…